Engolir-nos-á

O que engole a gente não é verdadeiramente notável.
O que engole nosso corpo e nossa alma deixa o mundo acabar dentro do que há aqui no cerne.
É uma verdade instantânea que me engole,uma verdade inteiramente vazia e inquestionável.
O amor move nossos cubos,move a direção dos nossos olhos e nos direciona para algo extremamente irracional.Arranca a água dos nossos olhos inchados.
Ninguém sabe o que é e o que faz,e esse desconhecimento sufoca meus sentidos.Sufoca meu riso.
O que nos engole evolui sem querer e vai atingindo áreas surpreendentes.
É fato que é efêmero,que a felicidade relativiza tua importância.Ela percorre os segundos quando os pés estão no mar e saltita pelas vitórias que a sociedade decidiu.Tudo é efemeridade.
A realidade é tão relativa quanto o lugar onde o sol se põe,onde nasce.Tão relativa quanto a beleza singular.
Eu sigo a realidade do mundo aqui ao lado.Ela não é verdade,não é mentira.Mas sigo-a com pura impassibilidade.Com a face constante e o pensamento branco.
(Diga-o que ama e que sabe fazê-lo.Diga que é ser composto de reações variadas.)
Eu digo.Eu digo.Disse ao mundo,disse ao pano da cortina que nos cercava.Disse à natureza embutida da cidade.Disse à própria cidade,moço.Eu informei moço,acredita.
Eu lhos digo que sei amar e sei fazê-lo.Ainda assim,tudo anda conforme o imprevisto.
A lágrima torna o dia distinto dos demais e desfaz o que era antes de o ser literalmente.
Minha consciência atira-se na grama atrás de casa e fica lá até que a busquem formalmente.Ela canta no quintal e ninguém ouve sua voz.Ninguém ouve seu compasso e seu ritmo.
A minha consciência perdeu-se,enfim,no quintal.
Velha é tua consciência que perambula tua mente em horário cumprido.Velhos os que tomam conta do jardim de casa,que andam com nariz empinado no quintal.
Eu vivo.Tu vives.Aquele lá vive.
Sabe-se que mais tarde nos buscam para a realidade local,para a missão cega,e ainda vivemos pela direção sem razão.
Ama hoje e manda a carta.
Daqui a poucos esses instantes vultuosos voltam a nos engolir.E a vida está no ciclo constante entre a consciência do quintal e a busca pelo padrão que nos pedem.

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