Postagens

Mostrando postagens de junho, 2010

Engolir-nos-á

O que engole a gente não é verdadeiramente notável. O que engole nosso corpo e nossa alma deixa o mundo acabar dentro do que há aqui no cerne. É uma verdade instantânea que me engole,uma verdade inteiramente vazia e inquestionável. O amor move nossos cubos,move a direção dos nossos olhos e nos direciona para algo extremamente irracional.Arranca a água dos nossos olhos inchados. Ninguém sabe o que é e o que faz,e esse desconhecimento sufoca meus sentidos.Sufoca meu riso. O que nos engole evolui sem querer e vai atingindo áreas surpreendentes. É fato que é efêmero,que a felicidade relativiza tua importância.Ela percorre os segundos quando os pés estão no mar e saltita pelas vitórias que a sociedade decidiu.Tudo é efemeridade. A realidade é tão relativa quanto o lugar onde o sol se põe,onde nasce.Tão relativa quanto a beleza singular. Eu sigo a realidade do mundo aqui ao lado.Ela não é verdade,não é mentira.Mas sigo-a com pura impassibilidade.Com a face constante e o pensamento branco. (D

.

Cheira a palma da mão e inala a fuligem que compõe teu dia.Vês que tudo tem aspecto envelhecido e desgastado.Os membros que preenchem teu periférico caracterizam -se pela efemeridade, vão aos poucos com a cuidadosa limpeza das marcas.Nossos versos da eternidade desfazem-se como a música que silencia logo sem um final.A música que traz resquícios do sol e dos sentimentos de amor semibreves.O nosso amor é busca inteiramente abstrata.Eles perguntam o que é o líquido proveniente dos olhos,o que é o rubor da face,o que é a vontade de nunca parar.Dize tu à eles que é vida sem imagem formada.Informa tu que não há apoio por aqui,que só há pés de sustentação naturalmente própria. Os seres de sentimento juram tudo o que possuem,mas o longo certo é que as palavras que os alimentam diluem-se.Começa no sólido e torna ao seu ambiente da água até o fim.O desespero do segundo deixa-nos enfim em agitação do inédito.Animaliza nosso cerne e coloca o amor nas entrelinhas.

Foi embora

Minha boca inchada com as feridas traz lembranças de uma manhã descomunal,extremamente descomunal.Agora continuamos a andar como os outros mortais da pressão de padrão.Agora vamos indo para a busca da felicidade do esquecimento parcial da vida.Parece que todo têm culpa,parece que todos merecem ir também.Os olhos verdes estão enterrados,sem circulação sanguínea e sem visão para o céu.Estão quietos,silenciosos como a natureza.E o que o mundo deixa para nós que pertencia a ele está na flor do jardim daqui de casa,está nas suas palavras escritas,na memória mortal.Está acoplado no nosso cerne transparente.Agora buscamos seu abraço e seu beijo,mesmo com a boca de feridas ardentes.A natureza só nos pede desculpa com o sopro do vento,com o sol das seis horas.A natureza ajoelha aos nossos pés com a noite limpa. Não há constelação que amenize nossas faces,nem astro solar que as seque.Há tempo que apague os esboços e deixe a obra final para sempre,somente.Há tempo que nos envelheça e envelheça no