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Mostrando postagens de março, 2020

Da solidão ao sol de saída.

A solidão é o eco do sussurro da alma. A companhia da própria respiração se confunde com o som das folhas das árvores da casa sete. Eu respiro as entrelinhas da moça que costuma habitar esse canto e agora não está. Tento ouvir o som que sai de mim. Há sim um som que salta acanhado dos meus poros e quer confessar-me algo. A essa manhã, o despertador foi, então, essa música que arranhava minha pele e subia ao meu ouvido. Acordei com a música do meu corpo e do meu próprio eco. Folhas, pássaros e borboletas nem repararam a ansiedade dos meus olhos. Eles juravam que morava ali há anos e cantaram para mim como se fôssemos amigos. Tons sopranos de sabiás, cores amarelas das asas de borboletas e a melodia de folhas a cair sobre o telhado, como se já estivesse chovendo. Abri as portas para receber o sol. Aproveitei a companhia dele e comi os pedaços de maçã sentada à rede. Conheço a textura e sabor da fruta de olhos fechados, porém hoje tudo parecia diferente. Talvez o sol e a solidão tenha