Os pulmões de Aloizia
Alguns mililitros removidos do sexto espaço intercostal, de aspecto turvo e inodoro. "Está doendo, Aloizia?" Está doendo. Já vai acabar e você deita novamente. Ela tem dez anos a menos que minha mãe e dez quilos também. O rosto é quase triangular, com vértices bem delimitados pela proeminência de seus ossos. Os cabelos finos e curtos, e os lábios pálidos quase se escondiam dentro do buraco fundo de sua face de terror. Pode se deitar agora. Vai ficar um pouco dolorido no local da picada. A moça deita, com a cabeceira inclinada e respira ligeiramente melhor. Aceita mastigar quinze grãos de arroz e um gole de água curto e disfarçado. Era um aceno ao estômago que gemia e um banho rápido das papilas da língua. Que bom que tinha se alimentado, porém a refeição servida há pouco parecia intocada. Grãos, leguminosas e proteínas ali separados. Nenhuma porção de feijão sobreposta ao arroz. Nada! Claramente Aloizia estava em jejum. Não ingeria alimentos e nem a própria vida. Estav