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Ida

Uma fotografia, após alguns dias, exala a saudade que guardamos na gaveta para senti-la agora. Pela cabeça, percorrem segundos de felicidade e vitória. Linhas titubeantes e fios esgarçados se dissolvem na memória para termos a falsa ideia de que todos os traços foram precisos e perfeitos. Por quê é que esse desejo de abraçá-lo vem à tona agora como num segundo de tempestade? Ondas revoltas nos guiam a uma praia desconhecida e talvez o receio de atracar em areia inédita nos faça querer viver o que é verdadeiramente nosso por hora. Sim, um desespero de viver o que é verdadeiramente nosso. Sob tempestades de sentimentos e mudanças bruscas, nos agarramos ao que vai tornar-se antigo em instantes. Em instantes, os trilhos vão se render a outra população nem melhor nem pior.  Talvez devêssemos ter confessado a essa gente nossos segredos antes da maré nos convidar à despedida. Lembrar de desejar e chamar a felicidade com a intensidade de um fim dá imenso trabalho e a vida acaba cintilando e