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Mostrando postagens de março, 2014

Aceite.

Quero lhe dar uma rosa. Uma rosa branca com manchas violetas. Uma rosa para você deixar naquela estante de madeira velha e descascada ao lado da sua cama, do seu armário grande e da sua cadeira desconfortável. É, menino, quero lhe dar a rosa ao fim dessa tarde tão angustiante pela espera de ver teus olhos escondidos atrás desses vidrinhos, de ouvir algum som dos seus lábios. Eu sei que para você basta uma rosa por mais podre e mal tratada que seja. Sei que você sabe olhar pétala por pétala e construir, então, um buquê de poesia. Você entende, não é? A sua poesia. Não quero muito que agradeça meu presente, mas sim, preciso que o aceite calado, por favor. Se dissesse algo, estaria cumprindo a cerimônia social. Cansei um pouco dessa sua capa preta e por isso, gostaria que fitasse minha flor vestido com sua alma mais primitiva e bela. Aquela sua alma desnuda e admirável que fala no meu ouvido e adverte meus sentidos a prestarem atenção na ideia que está por vir, na melodia que está por