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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Olive

I A dor amanhecida de Olive Ela olhou pela janela às sete horas da manhã. Com os pés descalços e habitualmente doloridos, levantou-se a dois dedos de sua altura e pôs - se a observar o compasso da cidadela. Ali abaixo do seu nariz, três homens e duas donzelas em uma roda rindo em salvas. A cada três ou quatro comentários, a erupção de uma gargalhada em coro. Ao centro do círculo, haviam colocado uma garrafa de vinho tinto. Apenas uma. Em toda sua análise da cena, porém, não viu ninguém recorrer a alguns goles. Talvez já tivessem saturados de bebidas da longa noite.  Ela voltou à postura com pés inteiros sobre o chão. No horizonte, o morro Sorine mais belo que o habitual. Entre nuvens espaçadas, supunha uma pintura impressionista daquela manhã fria atrás da janela. A melancolia de Olive já estava se intensificando a cada dia. Até mesmo seu café com leite quente sobre a mesa se tornara objeto de reflexões. Abriu o pacote de torradas com certo ar de displicência e cortou duas