Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2012

mãe

 Oh, mãe, estão todos um pouco loucos, esquizofrênicos.Vivem se amando e destruindo-se. Mãe, a senhora sabe quanto tempo mais? Venha aqui. As paredes perderam sua alvura original e as penas dos pássaros da calçada já estão escassas. Entretanto, estou certa de que a senhora ainda reconhecerá a casa. Há de ser um mês? Eu aceito voltar para cá quando já tiver aprendido a vestir essas fantasias de um negrume incompreensível. Quando souber sustentar minha alma sob as vigas de relações esmorecidas. Aceito, sim. Há aqui dentro um turbilhão de sentimentos. Ódio,medo... Um novelo de sensações caladas pelas mãos da multidão enlouquecida. Venha aqui tratar da minha náusea. Eu posso voltar sozinha. Qual é o caminho, mãe?Qual é o caminho para o seu lugar?   Quero sentar na cadeira de casa e olhar através dos olhos de quem eu conheço. Olhar para quem reconhece-me pura e nua, escondida atrás da crosta de uma maquiagem esdrúxula. Quero beijá-los com os olhos fechados e contar-lhes sem receio, sem ver