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Mostrando postagens de maio, 2012

Perdida, sim.

Não posso ser mais que uma, meu Deus? Não posso ser duas? Três? Quatro? Não posso estar, em vez de ser, a todo momento? Disse a ele sobre minhas dúvidas e inconstâncias. Contei-lhe pontualmente o fato da minha angústia. Coragem! Há de se ter coragem! Respondeu-me então que estou perdida dentro de mim. Perdida? Minha mente foi se rebuliçando e deixou o problema para as gotas de água na minha cara. Gotas tímidas, de certo. Senti-me, de fato, perdida como se estivesse em cima de um pedaço de madeira no meio do atlântico. Comparação hiperbólica mas por que não o fazer quando se trata de alma? Alma é estranha. Sabe-se que tem, sente-se e não se pega. Por um motivo infernal, não se é capaz de retirar a alma do corpo humano e dissecá-la. Guardá-la no armário para, no dia seguinte, continuar o trabalho. Impossível achar esse novelo interno imutável nas pastas e gavetas. Minha alma é uma cor descolorida. Deixa-me só enquanto anda pelas mentes alheias, depois volta e conta o que viu, conta o