o elevador de sempre.

Entra na área privada,chama o elevador e sobe até o décimo primeiro.Ambiente agradável,flores em cima da mesa encostada no côncavo do local.Porta fechada e não há chave.Toca a campainha e a moça lá de dentro diz que não há chave.Não há chave?Como assim?A sensação simultânea de não poder ir e poder é estonteante.Basta apertar o botão do elevador para descer novamente.Descer para onde?Entrar em qual porta,se na primeira e única que tinha não há chave?A única porta do lado da mesa com flores está trancada e os donos da casa não chegam.O elevador já se fora mas bastava chamar,ora.Há outra porta que é acessada pelo outro elevador!Como não pensara nisso antes?Dirige-se à parte de trás da área.Dois homens esperam o elevador também.Um tempo infinito é percorrido na espera.Olha para as moedas da mão,um homem chega massacrando o copo de plástico e o outro se mantem conciso porém não indiferente.A subida ao décimo primeiro durou mais outra eternidade de tortura.Despediu-se dos dois sem tanto sentimento e amostra da face,uma vez que estava com olheiras e o rosto pálido e enrrugado.
Ao chegar,tenta abrir a porta sem tocar a campainha.Não,impossível.Parece que não pertence mais àquele lugar,precisa dos intermediários a fim de viver dentro da sua bolha.Não,não seria hipócrita ao contrariar tal fato.Afinal,nas manhãs,carimba cento e cinquenta papeis e à tarde,hiberna até a manhã seguinte.A moça abre a porta e pede desculpas pelo transtorno.Quem mandou-a ir até o décimo primeiro se não mora lá?Neste andar,os homens e mulheres sabem o mundo de contas ao pé da letra,decoram nomes difíceis e discutem sobre a teoria dos números inexistentes.Sabem ser cultos e falar bem.Ela conhece esse mundo.Não sei se gosta.E ela não sabe se gosta também,nem deste nem do nono.Medo de ir para a casa do massacrador de copos de plástico?Ou medo de ir para a casa do outro homem?Medo.Não creio que seja medo,mas desconhecimento.Desconhecimento?Vá do oitavo para o nono de forma que a mudança material não seja um problema.Ele carrega as tuas roupas e papeis.
Pois então,diga o que há no nono andar?Disseram que são dionisíacos,porém os outros classificaram-no como apolíneo.Deixe,então,eu olhar só para ver como é?Sim,mas enquanto não for um deles,eles se comportarão de forma diferente da normal e tua experiência não será real,pois não será rotina.
Voltar à origem também parece ser complicado.Quando ela sai do décimo primeiro,a outra carimba os cento e cinquenta papeis e hiberna à tarde.Se voltar para lá,recomeça como abridora de portas da frente e de trás,como aquela que causou o transtorno.

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